Fibromialgia: o que é, sintomas, diagnóstico, tratamentos e causas

Fibromialgia é uma síndrome clínica que afeta principalmente mulheres entre 30 e 60 anos. Entre os principais sintomas desse problema estão as dores em todo o corpo e sensibilidade generalizada, além de fadiga e alterações do sono. Saiba mais.

O que é a Fibromialgia?

A Fibromialgia (FM) é uma condição crônica caracterizada por dor persistente que pode percorrer vários locais do corpo e se manifestar por vários graus de intensidade, desconforto muscular, tendíneo e/ou articular. Seu aparecimento está relacionado ao funcionamento do sistema nervoso central e ao mecanismo de regulação da dor.

A cada dez pacientes diagnosticados com fibromialgia, cerca de sete a nove são mulheres, com idade entre 30 e 60 anos. Não se sabe ao certo porque a prevalência da doença na população feminina.

Apesar das mulheres serem as mais afetadas, a Fibromialgia também pode acometer idosos, crianças e adolescentes, de qualquer sexo. O risco de desenvolver a doença aumenta se a pessoa tiver uma doença reumática, como a artrite reumatoide, espondilite anquilosante, lúpus ou osteoartrite.

A dor da Fibromialgia geralmente é intensa e incapacitante, tende a ir e vir, afetando a qualidade de vida do paciente. No entanto, ela é considerada uma condição benigna, que não causa inflamação nem deformidades físicas – como é comum ocorrer em outras doenças reumáticas.

O que causa a Fibromialgia?

As causas da Fibromialgia ainda são desconhecidas pelos especialistas. Estudos atuais sugerem que há um envolvimento do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), que recebe informações erradas vindas da periferia do corpo, aumentando o “volume da sensação de dor” no cérebro.

Essa troca de dados entre a periferia do corpo e o Sistema Nervoso Central, poderia ser prejudicada em pessoas que carregam determinados genes. No entanto, apenas tê-los não são suficientes para causar a Fibromialgia.

Seria necessário algum fator desencadeante que levaria à doença. Entre eles estão problemas de coluna, lesões, artrite ou outro tipo de trauma/estresse físico. O estresse emocional também entra na lista de possíveis desencadeadores.

Sendo assim, até o momento não se conhece ao certo a causa da Fibromialgia, porém é sabido que a mesma pode ser desencadeada espontaneamente ou por “gatilhos” (como estresse emocional, traumas psicológicos, doenças que causam dor, entre outros).

Sintomas da Fibromialgia

O principal sintoma da Fibromialgia é a DOR INTENSA PELO CORPO, que pode iniciar localizada e depois percorrer o corpo todo. Por vezes, as dores podem aumentar ao longo do dia, podem piorar diante situações de estresse físico, emocional ou diante quadros de ansiedade.

Existem pacientes que relatam piora dos quadros de dores sem uma causa identificável, são esses pacientes que provavelmente tiveram um fator desencadeador há muito tempo, que nem lembram mais qual foi, e esse fator desencadeador pode ter melhorado, porém a dor da Fibromialgia pode permanecer.

Outro sintoma comum da doença é a sensibilidade ao toque. Receber um abraço mais forte ou um simples aperto de mãos pode ser bastante doloroso para quem tem Fibromialgia.

Além da dor, quase 95% dos pacientes com fibromialgia também possuem alterações na qualidade do sono, que acabam levando a sonolência durante o dia e cansaço mesmo após acordar. Às vezes, o paciente acha que dorme bem, pois para alguns, o fato de não acordar à noite significa uma boa noite de sono, porém esse pensamento não é correto. O ideal é quando acordar pela manhã, se perguntar, estou descansado? Meu sono foi reparador?

A fadiga (cansaço e indisposição mesmo sem fazer atividade física ou esforço físico) também é outro sinal da doença, assim como a depressão, (choro fácil, tristeza, desejo de ficar isolado, pouca interação social) que está presente em mais de 50% dos pacientes.

Outros sintomas comuns da Fibromialgia são:

  • Fadiga, indisposição, “falta de energia”;
  • Sono não reparador (“me sinto como se tivesse passado a noite acordado”), sonolência diurna;
  • Alteração na atenção (por exemplo dificuldade para ler um livro, assistir um filme/novela), falhas de memória (esquecimento);
  • Cefaleia: dor de cabeça, enxaqueca;
  • Desconforto abdominal, cólicas, sensação de “estômago cheio”, como se a “comida não descesse”;
  • Sensação de inchaço, edema, não articular;
  • Sensibilidade ao urinar.

Diagnóstico

O médico reumatologista suspeitará da Fibromialgia com base nos seus sintomas e história do paciente. Não será necessário fazer nenhum exame laboratorial ou de imagem para comprovar a doença, mas podem ser solicitados para descartar outros problemas de saúde que podem ser confundidos ou agravar a Fibromialgia.

O médico poderá usar alguns critérios para dar o diagnóstico de fibromialgia:

  1. Dor por mais de três meses em todo o corpo ou em grande parte dele;
  2. Presença de pontos dolorosos na musculatura;
  3. Avaliação da gravidade dos sintomas da Fibromialgia;
  4. Nenhum outro problema que explique a dor e outros sintomas.

Como é o tratamento?

A Fibromialgia não tem cura, mas sim controle. Porém, existem muitas opções de tratamentos medicamentosos e não medicamentosos para tratar os sintomas e controlar a doença, melhorando a qualidade de vida do paciente.

O paciente receberá orientações sobre o tratamento, pois não é realizado somente uma terapia medicamentosa, é necessário um tratamento fundamentado em três pilares: tratamento medicamentoso otimizado, exercício físico e acompanhamento psicológico, além das orientações de educação em saúde, esclarecimento sobre a doença e seus sintomas.

Existem muitas terapias medicamentosas usadas para o tratamento da Fibromialgia, e durante a consulta médica, após avaliação do paciente o médico reumatologista definirá quais medicamentos atendem a necessidade dos sintomas daquele paciente específico, pois atenção, o tratamento da Fibromialgia não é como “receita de bolo”, é um tratamento personalizado, de acordo com as características da doença de cada paciente, sendo assim não ache estranho conhecer outras pessoas com Fibromialgia que fazem uso de medicações diferentes da sua.

Entre os medicamentos usados, os mais comuns são os antidepressivos, pois eles são usados mesmo naquele paciente que não tem sintomas de depressão, porque essas medicações servem para controle da dor, que é o principal sintoma da doença.
Também são usados miorrelaxantes como a ciclobenzaprina, gabapentinóides que reduzem os estímulos dolorosos, como a gabapentina e pregabalina, além de medicações analgésicas como tramadol.

Outros medicamentos podem ser necessários para tratar problemas do sono ou outras condições provocadas pela doença.

Já o tratamento não medicamentoso envolve a prática de exercícios físicos, com atividades aeróbicas, ioga. A terapia cognitivo-comportamental também é bem-vinda.

Outras terapias alternativas, como acupuntura, quiropraxia e massagem terapêutica podem ser aconselhadas.

Buscando Ajuda Médica

Embora a Fibromialgia não seja uma doença que causa sequelas musculoesqueléticas, por não causar dano nas articulações ou outros tecidos, a dor crônica e outros sintomas podem agravar a qualidade de vida do paciente, afetando seu convívio social e familiar, e por isso o reumatologista é o médico mais aconselhado para detectar essa doença e descartar outros possíveis problemas de saúde.

Referências

Fibromialgia – Definição, Sintomas e Porque Acontece.
Rheumatology.org: Fibromyalgia